Os juros futuros terminaram a sexta-feira, 14, em forte queda, influenciados pela melhora no apetite por ativos de economias emergentes e, mais tarde, pela pesquisa Datafolha que mostrou uma queda significativa na aprovação do presidente. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2026 caiu de 14,840% para 14,765%, enquanto as taxas para os demais anos também apresentaram quedas expressivas. Inicialmente, o cenário internacional ajudou a sustentar a queda, mas a divulgação da pesquisa Datafolha, com uma queda na aprovação presidencial, impactou ainda mais os ativos locais.
A pesquisa apontou uma diminuição na aprovação do presidente de 35% para 24%, com um aumento na desaprovação de 34% para 41%, o pior desempenho desde o início de seus mandatos. Esse resultado gerou especulações sobre a possibilidade de o governo precisar ajustar sua política econômica e sobre o fortalecimento da oposição nas eleições do próximo ano. Para alguns economistas, o cenário atual pode levar o governo a adotar medidas mais populistas no curto prazo, o que aumentaria a volatilidade dos mercados e poderia gerar mais pressões internas por incentivos fiscais e outras medidas econômicas.
Além disso, indicadores econômicos fracos, como as vendas do varejo nos Estados Unidos, também ajudaram a reduzir as taxas de juros no Brasil. A expectativa de que o Federal Reserve possa diminuir a taxa de juros nos EUA este ano impulsionou ativos de risco, beneficiando moedas emergentes como o real. Por outro lado, o presidente do Banco Central brasileiro, Gabriel Galípolo, pediu cautela na interpretação dos dados econômicos mais recentes, destacando a necessidade de mais clareza para determinar se a desaceleração é uma tendência de longo prazo.