O mercado de fundos imobiliários (FIIs) no Brasil tem enfrentado dificuldades devido aos juros elevados e à crise de credibilidade do governo perante os investidores. O índice Ifix, que mede o desempenho dos FIIs, tem registrado quedas consecutivas desde setembro de 2024, acumulando uma redução de quase 6% no ano. A desaceleração do mercado tem afetado as cotas, mas, por outro lado, tem elevado a taxa de dividendos, o que pode ser uma oportunidade para investidores de longo prazo. Apesar disso, o ambiente macroeconômico atual tem redirecionado recursos para a renda fixa, dificultando o crescimento dos fundos imobiliários.
Mesmo com o cenário negativo, especialistas apontam que o mercado imobiliário possui fundamentos sólidos, com imóveis de qualidade ainda gerando bons resultados. Setores como os de escritórios, shoppings e galpões logísticos apresentam taxas de ocupação elevadas, o que contribui para o desempenho positivo dos FIIs de determinados ativos. Contudo, os fundos imobiliários de escritórios podem ser afetados por uma possível piora da conjuntura econômica, com o aumento da vacância e a necessidade de ajustes nos valores de aluguel, caso a incerteza continue a afetar os negócios.
Os especialistas destacam que os fundos imobiliários estão com preços descontados, com valores das cotas abaixo do valor patrimonial, o que abre uma janela para a compra de ativos. No entanto, a falta de capitalização dos fundos dificulta a aquisição de novos ativos, o que leva alguns gestores a optar pela reciclagem de portfólios e pela venda de imóveis para reinvestir em ativos com maior potencial. A perspectiva de recuperação do setor está atrelada a uma eventual queda dos juros, especialmente as taxas de longo prazo, o que poderia mudar a dinâmica do mercado e permitir uma recuperação dos FIIs.