O golpe militar em Myanmar parecia uma vitória fácil para os generais, dado seu histórico de repressão ao dissenso. A experiência limitada de democracia foi interrompida pela vitória esmagadora do partido de Aung San Suu Kyi nas eleições de 2020, levando ao golpe e à prisão da líder e seus aliados em fevereiro de 2021. No entanto, quatro anos após o golpe, a resistência tem crescido consideravelmente, com forças armadas de grupos étnicos e da unidade formada por membros remanescentes do partido derrotado enfrentando a junta.
De acordo com um estudo da BBC, a junta atualmente controla apenas 21% do território de Myanmar e enfrenta intensos combates com as forças de defesa do povo e outros grupos armados étnicos. Este prolongado conflito tem causado um grande número de deslocados, com mais de 4 milhões de pessoas vivendo em situação de emergência. Além disso, quase metade da população do país foi empobrecida, e menos de metade tem acesso à eletricidade, refletindo a magnitude da crise.
A situação em estados como Rakhine é particularmente grave, com a ONU alertando sobre o risco iminente de fome aguda. A população de muçulmanos rohingya está em uma posição vulnerável, sendo forçada a lidar com o recrutamento militar e o confronto com o Arakan Army, que acusa esse grupo de apoiar a junta. A crise humanitária em Myanmar continua a se intensificar, afetando profundamente a população, enquanto a resistência contra o regime militar persiste.