O julgamento criminal do ex-presidente da Coreia do Sul, que enfrenta acusações de insurreição, teve início nesta quinta-feira (20) em Seul. O ex-mandatário, preso desde janeiro, é acusado de tentativa de imposição da lei marcial, o que pode resultar em uma sentença de prisão perpétua ou pena de morte. O Tribunal Constitucional do país também analisa a legalidade da destituição de seu cargo, que foi realizada pelo Parlamento. Este é o primeiro caso na história da Coreia do Sul em que um presidente está sendo julgado criminalmente enquanto ainda ocupa o cargo.
O ex-presidente suspendeu o governo civil e enviou militares ao Parlamento em 3 de dezembro de 2024, provocando uma crise política. No entanto, sua tentativa de implementar a lei marcial durou apenas seis horas, após a oposição parlamentar rejeitar a medida e destituí-lo do cargo. A crise resultou no afastamento de outras figuras do governo, como o então primeiro-ministro, que também foi acusado de envolvimento na insurreição. Desde então, o país tem sido governado interinamente por outros membros do gabinete.
A defesa do ex-presidente argumenta que as acusações contra ele são ilegítimas, destacando que, como chefe de Estado, ele possuía o poder para decretar a lei marcial. No entanto, o cenário político no país segue tenso, com as investigações e processos judiciais levantando questões sobre a governabilidade e os limites da autoridade presidencial. O desfecho do julgamento e a decisão do Tribunal Constitucional podem definir o rumo do sistema político e da estabilidade da Coreia do Sul.