O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou a análise da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação à tentativa de golpe de Estado. A denúncia envolve 34 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e foi formalizada na semana passada. Questionado sobre a credibilidade do julgamento na Primeira Turma, Mendes afirmou que, independentemente de ser no plenário ou na turma, o resultado seria o mesmo, já que a discussão no plenário não mudaria o entendimento de quem já tivesse uma posição formada sobre os votos.
Mendes ressaltou a solidez do relatório da Polícia Federal, que serviu de base para a acusação, e afirmou que o caso em questão é de uma gravidade sem precedentes, mais sério que outros processos emblemáticos como o Mensalão e o Petrolão. Segundo o ministro, a tentativa de golpe é muito mais grave, pois envolvia ameaças à vida de autoridades e planos de intervenção, algo que supera em termos de seriedade as acusações de corrupção que marcaram os outros escândalos. A gravidade das ações descritas no relatório da PF foi considerada única e difícil de comparar com outros casos históricos.
A Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, é responsável por avaliar a denúncia e decidir se os acusados serão formalmente processados. O relator do caso, Alexandre de Moraes, irá analisar as defesas dos denunciados, que pediram um prazo adicional de 15 dias para se manifestar. Se o caso for considerado apto para julgamento, será agendado para que a turma decida se os denunciados serão levados a julgamento.