Na China, um número crescente de jovens tem buscado apoio emocional em aplicativos de inteligência artificial, como o DeepSeek, que oferece conversas terapêuticas. Lançado em janeiro, o aplicativo chinês tem atraído usuários como Holly Wang, que encontrou no chatbot um meio de lidar com questões pessoais, como a perda de familiares. As respostas profundas e empáticas do sistema têm proporcionado alívio emocional, surpreendendo os usuários pela qualidade das interações, até superando algumas experiências com terapeutas tradicionais. O sucesso do DeepSeek reflete uma crescente demanda por alternativas de apoio psicológico, em um contexto de desafios econômicos e sociais na China.
Especialistas apontam que, embora a inteligência artificial possa ajudar as pessoas a se sentirem ouvidas, ela não substitui a necessidade de acompanhamento psicológico profissional. A escassez de serviços de saúde mental e os altos custos de terapias contribuem para o aumento da procura por soluções como o DeepSeek. Porém, a IA é vista como uma ferramenta que pode oferecer apoio emocional de maneira temporária, sem a capacidade de tratar de condições graves de saúde mental. Isso levanta preocupações sobre o uso inadequado da tecnologia, especialmente em casos mais complexos que exigem atenção médica especializada.
Além das questões emocionais, o DeepSeek também gerou debates sobre censura e segurança de dados. O controle rígido exercido pelo governo chinês sobre plataformas digitais tem gerado receios sobre o acesso do Partido Comunista a informações dos usuários. Embora o aplicativo se destaque por sua capacidade de empatia, ele evita discutir temas politicamente sensíveis, como questões sobre Taiwan ou o massacre da Praça Tiananmen. Esses limites de conteúdo levantam preocupações sobre a liberdade de expressão e a privacidade dos dados, mas a maioria dos usuários parece aceitar essas restrições devido aos benefícios emocionais que a IA oferece.