O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou ser favorável à implementação do parlamentarismo no Brasil, destacando que seria uma boa experiência para o país. Múcio refletiu sobre seu envolvimento anterior na campanha pelo semipresidencialismo, ao lado do ex-vice-presidente Marcos Maciel, e expressou arrependimento por essa escolha. Para ele, o modelo parlamentarista poderia ser mais adequado para o Brasil, apesar de reconhecer que o sistema semipresidencialista não seria viável no momento, após o plebiscito realizado anteriormente.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Semipresidencialismo está atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados e busca modificar a divisão de poderes no país. A proposta do deputado Luiz Carlos Hauly prevê a criação de um sistema em que o Executivo seria compartilhado com um primeiro-ministro, escolhido com o apoio do Congresso Nacional. Figuras políticas como Arthur Lira, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Michel Temer manifestaram apoio à mudança, enquanto outros, como os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, se posicionaram contra.
Múcio argumentou que o sistema eleitoral atual tem limitações, especialmente no que diz respeito ao impacto das desigualdades sociais e culturais. Ele mencionou que o voto, ao nivelar as diferenças econômicas, pode ser injusto ao comparar eleitores bem informados com os desinformados, e os honestos com os desonestos. No modelo parlamentarista, o chefe de Estado e o chefe de governo são diferentes e não eleitos diretamente, com o poder concentrado no Legislativo, que elege seus representantes por voto popular.