Em Itacajá, no Tocantins, um jabuti foi encontrado soterrado sob o piso de uma casa após passar anos embaixo da terra. O animal, da espécie Chelonoidis denticulata, mais conhecido como jabuti-tinga ou jabuti amarelo, foi descoberto durante a inspeção de um problema de infiltração. Segundo a moradora, o jabuti pode ter sido enterrado por mais de nove anos, época em que ocorreu uma reforma na casa, quando a terra pode ter sido transportada junto com cascalho. Ao ser retirado, o réptil apresentava deformações no casco, possivelmente causadas pela pressão do piso.
O biólogo consultado explicou que a sobrevivência do jabuti se deve ao seu metabolismo lento, o que lhe permite passar longos períodos sem se alimentar, e sua capacidade de estivação, processo biológico em que o réptil reduz sua atividade metabólica para economizar energia e se proteger do calor e da desidratação. Durante o tempo soterrado, o jabuti provavelmente se alimentou de insetos que passavam pela terra. Apesar das adversidades, o animal conseguiu resistir até ser encontrado em um estado de saúde fragilizado.
Atualmente, o jabuti permanece na casa da moradora, em um ambiente controlado, onde está sendo alimentado com frutas e monitorado. A situação gerou interesse do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), que indicou a necessidade de cuidados veterinários especializados e forneceu orientações para que o animal seja mantido em condições adequadas até ser encaminhado ao Centro de Fauna (CEFAU). A descoberta e os cuidados com o jabuti têm gerado curiosidade e preocupação sobre os impactos de sua longa estadia no ambiente subterrâneo.