Muitos investidores ainda têm receios em relação à política de preços da Petrobras, especialmente após o período em que a empresa praticava preços domésticos de combustíveis desvinculados da paridade de importação, o que impactava significativamente seus resultados. No entanto, o Itaú BBA acredita que essas preocupações são exageradas, pois, há quase dois anos, a empresa não adota mais essa comparação. Além disso, os analistas do banco destacam que o contexto da exposição da Petrobras aos mercados internacionais mudou consideravelmente nos últimos anos, o que diminui o impacto das flutuações externas sobre a companhia.
A decisão da Petrobras, anunciada em janeiro de ajustar os preços do diesel, foi vista de forma positiva pelo Itaú BBA, que entende que isso reforça a autonomia da empresa em relação à definição de preços. O banco também acredita que a análise simplista de associar a diferença de preços domésticos à paridade de importação como um sinal de problemas de governança deve ser reconsiderada, dado o cenário atual da companhia. Além disso, o Itaú enfatiza que, mesmo em períodos de volatilidade nos preços internacionais, a Petrobras tem tomado as medidas necessárias para garantir o abastecimento e ajustar os preços quando necessário.
Os analistas ressaltam que, ao contrário de uma década atrás, a Petrobras agora se beneficia da exposição positiva aos preços do petróleo e adota uma abordagem integrada, que leva em consideração o impacto nas operações como um todo. A proteção entre as operações de upstream e downstream da companhia ajuda a mitigar os riscos causados pela volatilidade do mercado. O Itaú BBA, por fim, recomenda que os investidores se concentrem na política adotada pela Petrobras, sem se deixar levar apenas pelas manchetes, e manteve sua recomendação de compra com preço-alvo de R$ 49 para as ações da empresa.