O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) enfrenta um grande desafio com ao menos 800 imóveis tombados que aguardam reformas, sendo a prioridade as obras determinadas por decisões judiciais. Em 2023, o governo federal lançou um edital para a submissão de projetos de preservação, com recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e selecionou 105 das 800 propostas recebidas. Atualmente, o Iphan conta com um investimento de R$ 771,8 milhões para executar 249 ações de preservação do patrimônio cultural.
A Igreja São Francisco de Assis, em Salvador, é um exemplo de bem tombado que enfrenta sérias dificuldades estruturais. A igreja, conhecida como Igreja de Ouro, teve o teto desabado em 5 de fevereiro de 2025, resultando em uma morte e vários feridos. Embora o Iphan já tivesse recebido um pedido de avaliação para o local, o desabamento ocorreu antes da vistoria programada, destacando a urgência da preservação de muitos imóveis tombados. A igreja é considerada uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo, mas apresentava sinais evidentes de degradação, como o desgaste de pinturas e estruturas.
Em relação aos bens tombados que estão em propriedades privadas, a responsabilidade pela preservação é do proprietário. Contudo, se o dono não tiver condições financeiras de realizar os reparos, ele pode solicitar ao Iphan para que o órgão execute as obras necessárias utilizando recursos da União. A restauração completa desses imóveis depende da avaliação e aprovação de projetos específicos pela comissão técnica do Iphan, que atua para garantir a preservação do patrimônio histórico e cultural do Brasil.