Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de venda de emendas parlamentares envolvendo três deputados federais, lobistas e um agiota. Segundo o relatório da PF, os parlamentares indicavam emendas para municípios, especialmente em São José de Ribamar, e recebiam dinheiro de um agiota, que, em troca, exigia parte dos recursos destinados à saúde pública. A organização criminosa ameaçava gestores municipais, pressionando-os a devolver uma porcentagem dos valores de emendas, que deveria ser utilizada exclusivamente em ações de saúde.
A investigação detalha como o grupo, liderado por um dos deputados, usava violência e ameaças para garantir o repasse de parte dos recursos federais. O esquema, que envolvia a destinação de recursos de emendas a municípios do Maranhão, chegou a ser denunciado em 2020 pelo prefeito de São José de Ribamar, que afirmou ter sido alvo de extorsão e ameaças por parte do grupo. O caso gerou repercussão nacional, com a prisão do agiota e outros envolvidos, enquanto a denúncia contra os parlamentares foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal.
O STF deve decidir em breve sobre a aceitação da denúncia contra os deputados. Se a denúncia for aceita, será instaurada uma ação penal, e os parlamentares se tornarão réus. As defesas dos acusados afirmam que aguardam o julgamento, confiantes na inocência de seus clientes. O caso continua a gerar debate sobre práticas ilegais envolvendo o uso de emendas parlamentares e o impacto desses esquemas nas finanças públicas e nas administrações municipais.