O ex-governador de Goiás e presidente do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que um repasse de R$ 100 mil feito por um advogado investigado pela Polícia Federal foi um empréstimo para sua esposa, não relacionado a atividades ilícitas. O irmão de Perillo, Antônio, também recebeu R$ 35 mil do mesmo advogado, e esses repasses estão entre os fatores que motivaram a Operação Panaceia, deflagrada pela PF para investigar supostos desvios de verbas públicas na saúde de Goiás, envolvendo a gestão de hospitais por uma Organização Social (OS).
A operação, que aconteceu na semana passada, resultou em mandados de busca e apreensão em Goiânia e Brasília, e incluiu o bloqueio de R$ 28 milhões em bens dos suspeitos. A investigação aponta que os desvios ocorreram entre 2012 e 2018, período em que a OS foi contratada para administrar hospitais no estado. De acordo com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), a OS teria subcontratado serviços, como escritórios de advocacia, e repassado recursos públicos para figuras políticas, em um esquema que envolvia contratos vagos e difíceis de serem auditados.
Em entrevista, Perillo negou envolvimento com qualquer ilegalidade, esclarecendo que o advogado que realizou os repasses foi seu amigo e professor, e que ele não poderia questionar sobre suas atividades profissionais. Quanto ao irmão, Perillo afirmou que os R$ 35 mil foram parte de uma indenização jurídica recebida por Antônio. A Polícia Federal e outros envolvidos na investigação seguem negando o envolvimento de figuras políticas no esquema, apesar das evidências em curso.