Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de venda de emendas parlamentares que envolvia três deputados federais e outros membros de uma organização criminosa. O grupo operava a partir da utilização de recursos federais destinados a municípios, com o objetivo de desviar parte dos valores para pagar dívidas com um agiota. A prática afetava especificamente a cidade de São José de Ribamar (MA), onde uma parte das emendas destinadas à saúde era desviada para o pagamento de empréstimos tomados pelos parlamentares.
O esquema foi denunciado em 2020 por um prefeito da cidade, que afirmou ter sido extorquido pelo grupo. Além das ameaças feitas contra ele e sua família, a investigação apontou que os parlamentares envolvidos usavam o cargo para negociar diretamente com prefeitos, exigindo a devolução de parte dos recursos públicos federais. Os envolvidos no esquema utilizavam até mesmo força coercitiva, com ameaças armadas para garantir a devolução das verbas.
A denúncia gerou uma investigação mais aprofundada e resultou na prisão do agiota e de outros membros da quadrilha. No total, foram envolvidas três emendas parlamentares que somaram cerca de R$ 6,7 milhões, com R$ 1,6 milhão exigido como contrapartida. O caso está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que deve julgar as denúncias e decidir se os acusados serão processados por crimes relacionados ao desvio de verbas públicas.