Após a retirada de R$ 32 bilhões da B3 em 2024, os investidores estrangeiros começam a demonstrar interesse em retornar à Bolsa brasileira em 2025. De acordo com Daniel Gewehr, estrategista do Itaú BBA, o perfil dos investidores monitorando o Brasil se diversificou, incluindo não apenas fundos especializados em mercados emergentes, mas também fundos globais quantitativos e de deep value. Embora 2024 tenha sido um ano difícil para o Ibovespa, com queda de 10,36%, o cenário de valuation atrativo gerou uma maior atenção de investidores internacionais, especialmente após o Brasil se destacar negativamente em comparação com outros mercados.
Gewehr destacou que o interesse estrangeiro está em crescimento, com 56% dos investidores internacionais demonstrando uma visão positiva para o Brasil nos próximos seis meses, conforme levantamento realizado pelo Itaú BBA. Além disso, a recompra de ações no Brasil em 2024, um sinal de confiança por parte das empresas, é vista como um bom presságio para o futuro do mercado. Contudo, o fluxo de investimento estrangeiro ainda é moderado, com os investidores aguardando mais clareza sobre questões políticas internas, como as eleições presidenciais de 2026, e o impacto das políticas econômicas globais, como as tarifas de Donald Trump.
Apesar do início tímido de novos aportes, há uma percepção crescente de que os investidores estrangeiros podem perder oportunidades importantes caso não acompanhem de perto a recuperação do Brasil. Alguns fundos internacionais já começaram a se engajar mais nas discussões sobre o país, temendo que o Brasil se torne um destino mais protegido para investimentos, dada sua economia relativamente mais fechada e as incertezas externas. A expectativa é de que, à medida que o cenário político e econômico se defina, o interesse estrangeiro na Bolsa brasileira se intensifique nos próximos meses.