A Intercement, uma das maiores cimenteiras do Brasil e da América Latina, apresentou seu plano de recuperação judicial à Justiça de São Paulo, informando que possui dívidas totais de aproximadamente R$ 15,6 bilhões. O montante inclui dívidas civis de R$ 8,1 bilhões, trabalhistas de R$ 122 milhões e tributárias de R$ 7,4 bilhões. A empresa propôs aos credores com garantia real um pagamento de até 5 centavos para cada real de crédito, além de títulos da Loma Negra. Os credores financeiros receberiam R$ 500 milhões dentro de um ano.
No plano, a Intercement também aborda as contingências relacionadas ao setor de cimentos, com possíveis implicações legais que podem aumentar o valor das dívidas em até R$ 15,9 bilhões. Essas dívidas estão vinculadas a processos judiciais sobre um possível cartel no setor, que remonta aos anos 2000, gerando prejuízos significativos ao mercado e à economia. Embora a empresa tenha indicado que a maior parte das dívidas é de risco remoto ou possível, a situação ainda é incerta devido aos desdobramentos desses processos.
Em relação aos números financeiros, a Intercement estimou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 700 milhões em 2024, abaixo dos R$ 1 bilhão registrados em 2013. A companhia opera no Brasil e na Argentina, com 23 fábricas de cimento, 14 centrais de concreto e duas de agregados, além de contar com cerca de 3.400 funcionários. O faturamento de 2024 foi estimado em R$ 3,3 bilhões, refletindo um cenário de recuperação e desafios no mercado de cimento.