A Alemanha enfrenta uma crescente instabilidade política, com o governo dependendo do apoio de uma maioria no Parlamento, algo que se tornou cada vez mais difícil devido à fragmentação partidária. O país se prepara para eleições federais em 23 de fevereiro, que elegerão os 630 membros da próxima legislatura. A formação de uma coalizão de governo com pelo menos 316 membros será um desafio, considerando o aumento no número de partidos representados no Bundestag. O aumento da diversidade política faz com que mais partidos precisem se unir, o que, em geral, resulta em coalizões mais instáveis.
Historicamente, a política alemã foi dominada por dois grandes partidos, CDU e SPD, que se uniam com partidos menores para formar uma maioria. Porém, essa estabilidade começou a se romper com o crescimento de partidos mais radicais, como a AfD e a Aliança Sahra Wagenknecht, que têm atraído apoio crescente, complicando a formação de governos estáveis. A AfD, especialmente, é vista com cautela por muitos partidos devido a suas inclinações extremistas, tornando difícil qualquer aliança com ela. No entanto, pesquisas indicam que a AfD pode ser a segunda maior nas eleições de fevereiro, o que agrava ainda mais o cenário de incerteza.
A crise política se intensificou no final de 2024, quando o chanceler Olaf Scholz perdeu a maioria no Parlamento após a saída do partido FDP de sua coalizão, seguida pela demissão do ministro das Finanças. O colapso do governo de Scholz levou à dissolução do Bundestag e à convocação das eleições antecipadas. Com a necessidade de formar uma nova coalizão em um cenário fragmentado, as instituições políticas da Alemanha serão testadas em fevereiro, e a estabilidade governamental do país está em risco.