Em 2020, após uma noite de protestos por justiça racial em Nova York, Emily Anadu acordou determinada a limpar as ruas do seu bairro, Fort Greene, um local historicamente de predominância negra. Apesar dos tumultos e da violência recente, Anadu sentiu que o bairro estava mudando rapidamente e que a comunidade negra estava sendo progressivamente deslocada, com uma queda acentuada na sua população e aumentos significativos no custo de vida. O sentimento de perda e de distanciamento fez com que ela sentisse a necessidade de estar cercada por pessoas que compartilhassem as mesmas angústias e preocupações diante da situação social e política.
Em resposta, Anadu criou a iniciativa The Lay Out, com o objetivo de reunir pessoas para eventos comunitários que celebrassem a cultura negra e proporcionassem um espaço de pertencimento e resiliência. O primeiro evento, realizado em um parque local, atraiu mais de 500 pessoas, o que levou à criação de diversas outras ações, como celebrações de Juneteenth e projetos que conectam pequenas empresas de proprietários negros com a comunidade. Além disso, Anadu implementou a iniciativa BuyBLK, ByBLK, que organiza feiras de negócios locais para apoiar o empreendedorismo negro.
A motivação de Anadu para criar essa rede de apoio também vem de sua experiência pessoal como imigrante nigeriana nos Estados Unidos. Ela acredita na importância de criar um ambiente onde todos possam ser autênticos, sem precisar diminuir suas experiências de vida, especialmente no que diz respeito à vivência da negritude. A filosofia da The Lay Out é de acolhimento, mas também de afirmação da identidade negra, onde todos são bem-vindos, desde que respeitem e valorizem a cultura que o espaço visa preservar.