O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação do Brasil está dentro de níveis considerados normais desde a implementação do Plano Real, com índices entre 4% e 5%. Em uma conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) na Arábia Saudita, Haddad destacou que o Brasil superou o período de inflação de dois dígitos e tem trabalhado para alcançar um equilíbrio econômico, mesmo com ajustes fiscais em andamento. Ele atribuiu a recente alta inflacionária à valorização do dólar no mercado global e aos efeitos das eleições nos Estados Unidos, que afetaram as economias emergentes.
Apesar do controle da inflação nos últimos anos, o Brasil enfrentou desafios com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que superou o teto da meta em 2024 e deve fazer o mesmo em 2025. A inflação de 2024 ficou em 4,83%, acima do teto de 4,5%. A justificativa para o estouro da meta, apresentada pelo Banco Central, inclui a alta do dólar e fatores climáticos. O Banco Central tem utilizado a política monetária, com aumento da taxa de juros, para conter a inflação, e o ministro reafirmou que a valorização do real e a recente queda do dólar devem contribuir para a estabilização dos preços.
Haddad também mencionou a reforma tributária como uma medida importante para o crescimento econômico futuro, destacando a busca pelo equilíbrio fiscal em meio a um cenário de incertezas externas. O ministro lembrou a presidência do Brasil no G20, enfatizando o compromisso com uma agenda de globalização sustentável que busca conciliar os interesses de mercado com a redução das desigualdades e a transição para energias limpas. Durante o evento do FMI, a diretora-gerente do fundo, Kristalina Georgieva, reforçou a importância de as economias emergentes se adaptarem a choques globais, como a pandemia e as mudanças climáticas.