A inflação médica no Brasil está projetada para alcançar até 14,1% em 2024, impactando diretamente os reajustes nos planos de saúde empresariais, que podem variar entre 13,7% e 21,8, dependendo do porte da empresa. A previsão para 2025 é de uma desaceleração da inflação médica, com um aumento estimado de 12,9%. A alta nos custos é impulsionada principalmente pela dependência de tecnologias importadas, cujos preços são afetados pela valorização do dólar, e pela judicialização crescente, que leva as operadoras a cobrir procedimentos não contratados, como terapias experimentais.
Além disso, o envelhecimento da população e o aumento das internações e tratamentos complexos também são fatores importantes que contribuem para a pressão sobre os custos médicos. A adoção de tecnologias sem avaliação rigorosa de custo-efetividade e o modelo fee-for-service, que incentiva a realização de procedimentos excessivos, são apontados como outros elementos que agravam a situação. A variação dos preços de insumos e as fraudes no setor também desempenham um papel relevante no aumento da inflação médica.
Por fim, os ajustes de preços nos planos de saúde variam conforme o tipo de contrato: enquanto nos planos coletivos (empresariais) os reajustes são definidos diretamente pelas operadoras, levando em consideração a inflação médica e a sinistralidade, nos planos individuais, a ANS regula os aumentos, que frequentemente ficam abaixo dos custos reais. Essa diferença de tratamento tem desestimulados as operadoras a oferecer planos individuais, resultando em carteiras envelhecidas e com baixo número de novos beneficiários.