A inflação brasileira, medida pelo IPCA, apresentou uma desaceleração para 0,16% em janeiro, ficando abaixo das previsões de mercado. O desempenho do grupo de habitação foi um dos principais responsáveis por esse resultado positivo, com uma deflação impulsionada pelo bônus de Itaipu, que proporcionou um desconto significativo nas contas de energia. Esse fator ajudou a conter uma inflação mais elevada, no entanto, a pressão dos preços de alimentos segue sendo uma grande preocupação para as famílias, refletida no aumento constante dos preços no supermercado.
Além dos alimentos, outros setores também contribuíram para a pressão inflacionária, como os transportes, impactados tanto pelos reajustes nos combustíveis quanto pelas altas nas passagens em várias cidades. O setor de serviços também apresentou crescimento, um fenômeno típico no início do ano devido aos reajustes em diversas categorias. Esses aumentos têm pressionado ainda mais o poder de compra da população, que sente o impacto no dia a dia.
O economista Matheus Pizzani apontou que, apesar de algumas pressões no curto prazo, como o aumento das passagens aéreas durante as férias escolares, fatores sazonais devem se normalizar. Porém, ele alertou que, em fevereiro, o grupo de habitação pode apresentar nova pressão inflacionária, corrigindo os efeitos do bônus de Itaipu. A expectativa é de uma inflação mais alta no início de 2025, com foco na evolução dos preços dos serviços, que continuam sendo um desafio para o Banco Central no cumprimento das metas inflacionárias.