A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 0,16% em janeiro, o menor avanço para o mês desde o início do Plano Real. Esse número ficou ligeiramente abaixo da expectativa dos economistas, que previam um aumento de 0,17%. A inflação subjacente, excluindo os itens mais voláteis, teve uma variação de 0,61%, também abaixo da previsão de 0,62%. Apesar de a taxa global ter sido moderada, alguns grupos tiveram impactos significativos no índice, como transportes e alimentação.
Os maiores aumentos de preços ocorreram no setor de Transportes, especialmente devido ao aumento nas passagens aéreas, e no grupo de Alimentação, que teve seu quinto aumento consecutivo, com destaque para os preços da cenoura, tomate e café. A queda nos preços de Habitação contribuiu para reduzir a inflação geral. A energia elétrica e bens industrializados apresentaram uma surpresa positiva, com menores aumentos do que o esperado, o que ajudou a moderar o índice. No entanto, o setor de serviços continuou com pressões, com uma taxa de 7,8% nos últimos três meses.
A expectativa é de que o cenário inflacionário se mantenha desafiador nos próximos meses, com a inflação de fevereiro sendo pressionada pela eliminação do desconto sobre a energia elétrica, o aumento de impostos sobre combustíveis e reajustes no setor de educação. Os economistas preveem que a dinâmica inflacionária em curso deve sustentar a continuidade do ciclo de aumento da taxa Selic, em resposta às expectativas de inflação ainda elevadas. A composição da inflação de janeiro sugere um cenário de sobreaquecimento, embora sem grandes surpresas que possam alterar o rumo da política monetária.