Em 2025, a inflação de alimentos deve apresentar uma desaceleração em relação ao ano anterior, com estimativas de alta entre 6% e 7%. A expectativa é que a boa safra de grãos, a recuperação das lavouras de soja e milho, e o comportamento do dólar contribuam para conter os preços. No entanto, produtos como carne, café e laranja devem continuar com preços elevados devido a fatores como a forte demanda externa, o impacto das condições climáticas e as dificuldades nas safras. A alta do dólar também exerce influência nos custos dos produtos exportados.
Embora o aumento da produção de soja e a melhoria nas condições climáticas sejam esperados para reduzir os preços de alimentos como óleo de soja, a boa safra não deve impactar todos os segmentos da mesma forma. As famílias de baixa renda, por exemplo, não devem sentir um alívio significativo, já que enfrentam aumentos mais altos nos preços dos alimentos, que superaram a inflação média nos últimos anos. A desaceleração na inflação de alimentos, portanto, não deve ser suficiente para compensar o impacto acumulado desses aumentos nas famílias mais vulneráveis.
Entre os produtos que devem oferecer um alívio mais imediato, estão o leite longa vida e o óleo de soja, cujos preços já começaram a cair. No entanto, carnes e café continuam com tendências de alta. A carne, em particular, enfrenta uma pressão de custos devido à diminuição da oferta e ao aumento das exportações, enquanto o café sofre com os impactos climáticos recorrentes e o aumento dos custos logísticos. A laranja, por sua vez, enfrenta escassez devido a problemas climáticos e doenças nas lavouras, mantendo seus preços elevados, principalmente para o suco exportado.