A produção industrial brasileira fechou 2024 com um crescimento de 3,1% em comparação a 2023, sendo o terceiro maior índice nos últimos 15 anos. Esse avanço foi impulsionado pelo aumento do emprego e da renda, apesar de três meses consecutivos de queda no segundo semestre, com destaque para a retração de 0,3% em dezembro. O desempenho anual superou o crescimento modesto de 2023 (0,1%), mas ficou abaixo de anos de recuperação pós-crise, como 2010 e 2021.
A expansão foi ampla, afetando várias categorias econômicas, como bens de capital, intermediários e duráveis, com 20 dos 25 ramos industriais registrando alta. A queda na taxa de desemprego, que atingiu 6,6% em 2024, e o aumento da massa salarial foram fatores chave para o crescimento da produção. No entanto, o último trimestre do ano foi marcado por um retrocesso devido ao aperto na política monetária, com aumento nas taxas de juros e inflação alta, especialmente em alimentos, o que impactou negativamente o consumo e a confiança.
O contexto econômico de 2024 também foi influenciado pela valorização do dólar, que subiu 27% ao longo do ano, e pela elevação da taxa Selic, que afetaram tanto as famílias quanto as empresas. Apesar do crescimento, o segundo semestre viu uma desaceleração, culminando em uma perda de 1,2% na produção industrial nos últimos três meses. A combinação desses fatores reflete um cenário mais desafiador para o setor, que começa a sentir os efeitos do controle da inflação e da restrição do crédito.