Uma ordem executiva assinada por Donald Trump no primeiro dia de seu governo busca limitar a cidadania por nascimento nos Estados Unidos. A medida afeta especialmente imigrantes que estão no país de forma ilegal ou com status temporário, como aqueles com vistos de trabalho ou estudo. A ordem impede que crianças nascidas de mães nessas condições recebam cidadania americana, a menos que o pai tenha a cidadania ou um green card. A decisão é vista como uma tentativa de reinterpretar a 14ª Emenda à Constituição dos EUA, que garante a cidadania a todos os nascidos no país.
A ação gerou preocupações entre mulheres grávidas, como a hondurenha Meny, que mora na Califórnia e tem um pedido de asilo em andamento. Ela teme que seu filho, nascido nos Estados Unidos, não tenha os mesmos direitos de cidadania, causando grande ansiedade e incerteza. Organizações como a ACLU e grupos de apoio a imigrantes, como a ASAP, têm contestado a medida nos tribunais, argumentando que ela é inconstitucional e questionando as implicações legais para crianças que possam nascer sem nacionalidade.
Além da pressão emocional sobre as famílias afetadas, a medida de Trump pode ter consequências de longo prazo, como a negação de benefícios sociais e acesso a oportunidades educacionais e profissionais para crianças nascidas nos Estados Unidos, mas privadas de cidadania. Especialistas apontam que a decisão poderia aumentar o número de pessoas em situação de apatridia, principalmente entre os filhos de imigrantes que buscam asilo. A batalha legal segue em andamento, e os grupos de defesa dos imigrantes continuam lutando para garantir que a cidadania por nascimento seja mantida.