A redução da vazão da usina hidrelétrica de Belo Monte, determinada pelo Ibama, poderá acarretar custos elevados aos consumidores de energia elétrica, variando entre R$1,2 bilhões e R$2,4 bilhões. A medida foi adotada após uma interrupção em linhas de transmissão, que resultou em uma alteração temporária no nível de água do rio Xingu. Com isso, houve a melhoria nas condições para a piracema, garantindo a reprodução dos peixes. Embora a situação tenha sido resolvida e a transmissão restabelecida, o Ibama mantém a restrição até março, com o objetivo de proteger a fauna local durante o período de defeso.
Essa redução na geração de energia comprometerá a oferta de 2.400 MW médios, afetando o atendimento da demanda em horários de pico. A compensação da energia perdida deverá ser feita por meio do acionamento de termelétricas, que apresentam um custo adicional. Sandoval Feitosa, diretor-geral da Aneel, expressou preocupação com os impactos dessa decisão, destacando que a medida, embora focada na preservação ambiental, acarretará custos consideráveis para os consumidores. A Norte Energia, concessionária da usina, não se manifestou sobre o caso, e o ONS também não respondeu aos pedidos de comentários.
A usina de Belo Monte, um dos maiores projetos hidrelétricos do mundo, ainda enfrenta críticas devido aos seus impactos ambientais, especialmente no rio Xingu, afetando comunidades ribeirinhas e indígenas. O governo, por meio do Ministério de Minas e Energia, defendeu a importância histórica da usina para a segurança energética do Brasil, embora tenha reconhecido a necessidade de uma análise cuidadosa das restrições temporárias. Ambientalistas, por sua vez, ressaltam os impactos negativos para a região, como o assoreamento e a erosão, que comprometem o equilíbrio ecológico e exigem compensações para as populações afetadas.