O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, tem feito declarações que indicam um alinhamento com o bolsonarismo, ao criticar a Lei da Ficha Limpa e minimizar o episódio de 8 de janeiro. Em entrevista à rádio Arapuan FM, Motta afirmou que a inelegibilidade de oito anos prevista pela lei é excessiva, considerando o curto ciclo eleitoral do Brasil. Além disso, ele argumentou que o ataque de 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe de Estado, destacando a ausência de um líder ou apoio das Forças Armadas.
As declarações de Motta se alinham com a agenda do ex-presidente, que tem criticado a Lei da Ficha Limpa e buscado a revisão de seus dispositivos. Em resposta, o ex-presidente apontou que a legislação serve para perseguir políticos de direita e sugeriu sua revogação. Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto que reduz o período de inelegibilidade de oito para dois anos, o que permitiria a candidatura de figuras políticas já em 2026, embora isso possa gerar divisões políticas dentro da direita.
A possível revisão da Lei da Ficha Limpa tem gerado debates acalorados, com figuras do setor jurídico e da oposição alertando para os riscos dessa mudança, que poderia beneficiar políticos de diferentes espectros ideológicos. A iniciativa também encontra resistência dentro de segmentos conservadores que preferem manter figuras condenadas fora da política. Ao mesmo tempo, o atual presidente segue com uma agenda de fortalecimento político, enquanto busca equilibrar sua imagem pública.