Um hospital em São Paulo está sendo alvo de críticas após imagens de médicos utilizando furadeiras domésticas em cirurgias ortopédicas. O uso desse equipamento não é autorizado pela Anvisa, que desde 2008 proíbe o uso de furadeiras não registradas, considerando-as um risco à saúde. Funcionários do hospital afirmaram que a escolha das furadeiras domésticas se deve ao baixo custo e facilidade de manutenção, com alguns médicos realizando reparos nos próprios aparelhos. A prática foi vista como uma consequência das más condições de infraestrutura no hospital.
Casos semelhantes de improvisos médicos em hospitais brasileiros não são raros. Em 2019, médicos de uma maternidade no Piauí usaram lanternas de celulares como fonte de iluminação em procedimentos, quando o gerador falhou. Outros incidentes, como o uso de sacos de lixo como incubadora ou garrafas PET como máscara de oxigênio, também chamaram atenção, evidenciando a falta de recursos em algumas unidades de saúde do país.
O Hospital Pari, onde as furadeiras domésticas foram usadas, é administrado pela Prefeitura de São Paulo, que afirmou não ter recebido denúncias formais sobre o ocorrido. A direção do hospital, por sua vez, defendeu que os equipamentos usados são aprovados pela Anvisa e passam por fiscalizações regulares. Contudo, a situação levantou preocupações sobre as condições de atendimento e a necessidade urgente de melhorias nos recursos de saúde pública.