O julgamento de um homem acusado pelo estupro e homicídio de uma jovem indígena de 14 anos, ocorrido em julho de 2021, terminou no dia 14 de fevereiro de 2025. O réu foi condenado a 36 anos de prisão por feminicídio e estupro de vulnerável, após um júri realizado no Fórum de Coronel Bicaco, no noroeste do Rio Grande do Sul. O crime, que envolveu qualificadoras como motivo torpe e dissimulação, foi considerado brutal e teve como base a ocultação do estupro.
A vítima, uma jovem da etnia caingangue, desapareceu no dia 31 de julho de 2021 após sair para uma festa, e foi encontrada morta quatro dias depois. A investigação revelou que a vítima havia sido levada pelo acusado, que residia na mesma região, após o evento. O delegado responsável pelo caso destacou o tratamento discriminatório da vítima, que foi alvo de menosprezo devido à sua etnia, idade e situação de vulnerabilidade.
Durante o julgamento, a acusação alegou que o homicídio foi cometido de forma cruel e que o réu usou de recursos que dificultaram a defesa da jovem. Além disso, foi ressaltado o contexto de discriminação racial que a vítima enfrentou, o que agravou ainda mais a violência sofrida. O caso teve repercussão significativa e gerou debates sobre a violência contra jovens indígenas e a vulnerabilidade social em que se encontram muitas dessas comunidades.