A Hidrovias do Brasil (HBSA3) enfrentou uma forte queda em suas ações em 2024, com desvalorização de 35% no ano e 13% desde a divulgação de seus resultados do quarto trimestre. Essa queda foi atribuída a uma combinação de fatores, como resultados financeiros abaixo do esperado e a confirmação de um aumento de capital, que pode diluir a participação dos acionistas. As dificuldades operacionais nos Corredores Norte e Sul, causadas por restrições de calado, impactaram negativamente o desempenho da empresa, resultando em uma queda significativa nas receitas de transporte de minério e grãos. O Ebitda da companhia foi negativo, o que levou a uma percepção negativa do mercado, intensificando a pressão sobre as ações.
Para melhorar sua posição financeira, a Hidrovias do Brasil recorreu a estratégias como a emissão de debêntures e um adiantamento de recursos de R$ 500 milhões. Além disso, a empresa anunciou um aumento de capital planejado para o primeiro trimestre de 2025, o que deverá gerar recursos para fortalecer seu balanço, mas com o risco de diluição para os acionistas. Apesar disso, a expectativa para 2025 é mais positiva, com um cenário de recuperação nas condições de navegação e a expectativa de uma safra favorável em Mato Grosso. A empresa já garantiu contratos com reajustes de 12% no preço do frete, o que pode impulsionar os resultados no próximo ano.
O mercado mostra-se dividido em relação ao futuro da companhia. A XP Investimentos indicou um potencial de valorização de até 70% para as ações da empresa, apontando uma recuperação gradual em 2025. Já o Itaú BBA manteve sua recomendação de compra, com a expectativa de recuperação ao longo do ano, baseando-se na melhora das condições operacionais e nas perspectivas mais favoráveis para o transporte de fertilizantes e minerais. A dívida líquida da empresa aumentou para R$ 3,75 bilhões, o que eleva a alavancagem, mas as medidas adotadas pela companhia podem ajudar a reduzir esse índice nos próximos trimestres.