O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio é contraproducente para a economia global. Segundo Haddad, medidas unilaterais como essa agravam a retração econômica e a desglobalização, o que prejudica o comércio internacional. No entanto, o ministro também destacou que não se trata de uma defesa da “velha globalização”, mas de um modelo sustentável que considere aspectos sociais e ambientais.
Haddad comentou sobre a repercussão dessa decisão, lembrando que as medidas de Trump já haviam sido aplicadas anteriormente, com tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio em 2018, mas que na ocasião o governo norte-americano recuou, concedendo isenções a parceiros comerciais, como o Brasil. O ministro afirmou que, apesar de ainda não saber como o governo dos EUA pretende negociar, o Ministério das Relações Exteriores está envolvido nas discussões sobre o tema. Além disso, o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está reunindo informações para avaliar as consequências da medida.
A nova taxação tem o potencial de afetar significativamente a economia brasileira, já que os Estados Unidos são o maior comprador de ferro e aço do Brasil, além de serem o segundo maior destino do alumínio exportado pelo país. Em 2024, o Brasil exportou US$ 6,37 bilhões em produtos de ferro, aço e alumínio, dos quais 40,8% tiveram como destino os Estados Unidos. A medida pode impactar ainda mais o setor siderúrgico brasileiro, com o governo observando as reações de outros países, como México e China, que também são afetados pela taxação.