A política econômica protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu uma nova guinada com a ameaça de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados. Essa medida visa proteger a indústria americana, mas reflete um problema maior que envolve uma sobreoferta global de aço, especialmente proveniente da China. A produção de aço no país asiático, que atingiu 1 bilhão de toneladas em 2024, superou a demanda interna devido à desaceleração econômica e à crise no setor imobiliário, resultando em uma “inundação” de aço barato nos mercados internacionais.
Diversos países, incluindo os EUA, Brasil e nações da União Europeia, têm adotado ou discutido medidas para limitar a importação de aço chinês, buscando resgatar suas próprias indústrias siderúrgicas. Nos últimos anos, a produção de aço nos Estados Unidos e na Europa diminuiu, o que aumentou a dependência do aço chinês. A estratégia de exportação chinesa se fortaleceu, com um aumento de 39% nas exportações entre 2022 e 2023. Isso gerou uma intensificação da “guerra do aço”, com o Brasil sendo um dos maiores exportadores, atrás apenas da China e da Índia.
Embora a imposição de tarifas seja vista como uma solução para proteger o mercado interno americano, especialistas alertam que isso pode levar a efeitos negativos, como o aumento da inflação e a perda de empregos em indústrias que dependem de derivados de aço. A verdadeira solução, segundo analistas, seria um investimento significativo na indústria siderúrgica dos EUA para reduzir sua dependência das importações. No entanto, no curto prazo, a imposição de tarifas poderá gerar distúrbios no mercado global, afetando não apenas a China, mas também outros grandes produtores de aço que enfrentarão novas dificuldades.