Os gritos de guerra são uma tradição fundamental no carnaval carioca, especialmente durante os desfiles e ensaios das escolas de samba do Grupo Especial. Estes gritos são frases icônicas que servem para dar início aos sambas-enredos e têm origens variadas, que vão desde improvisações até homenagens pessoais. Cada escola tem o seu próprio grito, que se tornou um símbolo de identidade e pertencimento para seus integrantes. Entre os mais conhecidos estão o “Alô, Mangueira, agora é a nossa vez!” da Mangueira, “Solta o bicho! Canta, canta, canta, Vila Isabel!” da Unidos de Vila Isabel e o tradicional “Olha a Beija-Flor aí, gente!” da Beija-Flor, criado por Neguinho da Beija-Flor.
As histórias por trás desses gritos são diversas e emocionantes. Alguns intérpretes criaram seus chamados com base em experiências pessoais ou homenagens a pessoas importantes para suas trajetórias. Ito Melodia, por exemplo, criou o seu grito de guerra inspirado no amor por sua escola e em um momento especial com sua esposa. Pitty de Menezes, por sua vez, expressou a realização de um sonho de infância ao ser escolhido como intérprete da Imperatriz Leopoldinense. Outros gritos, como o de Wander Pires, são homenagens a figuras históricas do samba, como Ney Vianna.
Além das histórias pessoais, alguns gritos têm um valor simbólico muito forte. O grito de Neguinho da Beija-Flor, criado há mais de 50 anos, por exemplo, surgiu como uma forma de chamar atenção para a escola, que ainda era considerada de porte médio na época. Ao longo dos anos, esses gritos passaram a ser reconhecidos como uma das maiores expressões culturais do carnaval carioca, sendo marcantes tanto para os participantes como para o público que assiste aos desfiles.