A Unafisco Nacional criticou a postura do Ministério da Fazenda, apontando o ministro Fernando Haddad como corresponsável pela greve dos auditores fiscais da Receita Federal. A associação alegou que, ao priorizar outros segmentos, o governo negligenciou as demandas dos fiscais, o que resultou em um agravamento do descontentamento. Um exemplo destacado foi a disparidade entre o reajuste de 19% concedido à Procuradoria da Fazenda Nacional e o congelamento do vencimento básico dos auditores.
A greve, iniciada em 26 de novembro de 2024, teve adesão significativa das principais regiões administrativas da Receita Federal, afetando diretamente o comércio exterior. A paralisação interrompeu atividades essenciais, como a emissão de Termos de Declaração de Procedência Fiscal e reuniões administrativas, impactando 80% das transações comerciais do Brasil. A Unafisco vê a greve como uma evidência de falhas estruturais e de governança na administração da Receita, além de um desgaste para a imagem do governo.
O movimento gerou repercussões econômicas consideráveis, com a arrecadação federal prejudicada em R$ 15 bilhões devido à paralisação de transações tributárias. Também houve atrasos significativos na liberação de mercadorias nos principais aeroportos do país, afetando setores estratégicos como farmacêutico, automotivo e agronegócio. A greve representa a segunda paralisação em menos de um ano e eleva as tensões sobre a governança do governo atual.