Fayga Delbem, head de crédito core da Itaú Asset, acredita que o mercado de capitais brasileiro está em uma fase positiva, com empresas de grande porte bem posicionadas, especialmente aquelas que mantêm boas práticas financeiras. No entanto, ela observa que, ao olhar para a economia como um todo, indicadores como o aumento de processos de recuperação judicial revelam maiores dificuldades para empresas menores, com acesso mais restrito ao crédito.
Segundo Fayga, as empresas com notas de crédito mais altas (high grades) se apresentam em uma posição mais favorável, mas as empresas de menor porte e as de alto rendimento (high yields) enfrentam mais desafios. Estas, em particular, têm uma participação reduzida nos fundos de crédito privado e correm mais riscos de inadimplência, com um cenário mais difícil no mercado de capitais.
Além disso, a gestora destaca que o cenário de juros elevados pressiona o fluxo de caixa das empresas, aumentando a despesa financeira e impactando a capacidade de honrar dívidas. No entanto, muitas empresas conseguiram se preparar para esse cenário ao alongar suas dívidas e manter níveis elevados de caixa, o que pode garantir maior estabilidade em 2025, minimizando a necessidade de acessar o mercado de capitais para rolar suas dívidas.