O anúncio do Tesouro Nacional, em 20 de fevereiro, sobre a suspensão das linhas subsidiadas do Plano Safra 2024/2025 gerou grande repercussão no setor agropecuário, que alega que a medida coloca em risco a continuidade da produção agropecuária. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma solução imediata. Na sequência, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo criaria uma medida provisória para liberar R$ 4 bilhões em crédito extraordinário. A principal justificativa do Tesouro para a suspensão foi a falta de recursos para equalizar as taxas de juros, devido à não aprovação do orçamento de 2025 pelo Congresso.
O impacto da medida preocupa os representantes do setor agropecuário, que destacam que o Plano Safra é essencial para dar apoio financeiro, especialmente aos pequenos e médios produtores, que enfrentam desafios como aumento dos custos de produção e juros altos. A suspensão das linhas subsidiadas pode agravar ainda mais o cenário, que já conta com questões como a oscilação cambial. As críticas focam na gestão do governo e na necessidade de previsibilidade e planejamento para garantir a segurança e estabilidade da produção agropecuária, especialmente em tempos de crise econômica.
Além disso, o governo reconheceu que, apesar de tratar-se de um crédito extraordinário, o valor estará dentro dos limites do arcabouço fiscal, o que limita a sua liberação. A estimativa é de que cerca de R$ 50 bilhões de recursos do Plano Safra estejam bloqueados devido à decisão do Tesouro. O governo também indicou que serão necessários R$ 5 bilhões adicionais no orçamento de 2025 para garantir a subvenção do programa.