O presidente Lula nomeou Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, substituindo Alexandre Padilha. A mudança fortalece o núcleo político mais próximo ao presidente e pode indicar um afastamento do governo em relação ao Congresso. Em sua primeira declaração após o anúncio, Gleisi destacou o compromisso com o diálogo entre diferentes forças políticas e agradeceu a confiança de Lula. Sua posse está marcada para o dia 10 de março.
A escolha da nova ministra tem impacto na relação do governo com a equipe econômica. Gleisi tem adotado uma postura crítica em relação às diretrizes do Ministério da Fazenda e do Banco Central, defendendo uma abordagem menos fiscalista e cobrando a redução dos juros. Seu posicionamento encontra respaldo em alguns setores do governo, mas gera atritos com parte da base aliada, que preferia um nome mais alinhado ao Centrão para facilitar a negociação com o Legislativo.
Dentro do Congresso, a nomeação gerou reações mistas. Enquanto alguns parlamentares veem a chegada de Gleisi como um reforço à articulação política do Planalto, outros temem um distanciamento ainda maior entre o governo e o Legislativo. A ministra tem uma posição crítica sobre o modelo atual de emendas parlamentares, o que agrada ministros do Supremo Tribunal Federal, mas pode dificultar negociações com deputados e senadores. A mudança sinaliza um fortalecimento do núcleo político do governo, com foco na construção de uma base mais coesa para os próximos desafios.