O governo federal anunciou a redução do limite de alimentos processados e ultraprocessados nas merendas das escolas públicas, passando de 20% para 15%, com a meta de alcançar 10% até 2026. Essa mudança, que será formalizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o encontro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) em Brasília, visa proporcionar uma alimentação mais saudável a 40 milhões de alunos em cerca de 150 mil escolas públicas. Além disso, a iniciativa busca regulamentar a compra de alimentos da agricultura familiar, priorizando assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas.
O Pnae, que investe cerca de R$ 10 bilhões anualmente na alimentação escolar, também passará a destinar 30% de seus recursos para a aquisição de itens provenientes da agricultura familiar. Durante o evento, será lançado o Projeto Alimentação Nota 10, com foco na capacitação de merendeiras e nutricionistas em segurança alimentar. A iniciativa contará com um investimento de R$ 4,7 milhões, em parceria com diversas instituições, para garantir uma alimentação nutricionalmente equilibrada nas escolas.
A medida ocorre em um contexto onde os alimentos ultraprocessados são cada vez mais associados a problemas de saúde, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Estudos indicam que o consumo desses produtos é mais elevado entre adolescentes, refletindo a formação de hábitos alimentares desde a infância. Especialistas destacam que uma alimentação mais próxima da comida feita em casa, com menos produtos industrializados, pode ser uma solução eficaz para reverter o quadro de epidemia de obesidade, tanto no Brasil quanto no mundo.