O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em parceria com a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), decidiu reexaminar o caso do acidente que resultou na morte do ex-presidente em 1976. O incidente, ocorrido na rodovia Dutra, envolveu a colisão do veículo dirigido pelo motorista do ex-presidente com uma carreta. Embora investigações anteriores tenham apontado uma colisão com um ônibus como causa do acidente, novas evidências sugerem a possibilidade de um atentado político. O engenheiro e perito Sérgio Ejzenberg, consultado pelo Ministério Público Federal (MPF), concluiu que a teoria da colisão com o ônibus não era viável, o que motivou a reabertura da investigação.
Entre 2013 e 2019, o MPF conduziu um inquérito civil sobre o caso, descartando a hipótese do ônibus, mas a falta de provas concretas impediu qualquer confirmação de sabotagem ou atentado. A reabertura da investigação foi impulsionada pela solicitação de um ex-vereador e pelo laudo técnico de Ejzenberg, que indicou a possibilidade de sabotagem, embora a destruição do veículo dificultasse a apuração dos fatos. O governo federal não pretende oferecer compensações financeiras aos envolvidos, mas visa esclarecer a verdade histórica sobre o ocorrido.
O ex-presidente era uma figura política significativa e sua morte gerou especulações sobre a atuação de agentes do regime militar, especialmente diante do contexto de repressão política e da Operação Condor, que visava eliminar opositores. A advogada Lea Vidigal, que acompanha o caso, destacou que, em um regime que ocultou evidências, cabe ao Estado demonstrar sua inocência em relação a qualquer envolvimento no suposto atentado.