O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o projeto de lei que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil está pronto e será enviado à Câmara em breve. A medida visa beneficiar a população de menor renda, com a compensação da perda de arrecadação de R$ 35 bilhões por meio da maior taxação sobre as pessoas com rendas mais altas, especialmente aquelas que ganham acima de R$ 600 mil por ano. A proposta também inclui o aumento da alíquota para rendas superiores a R$ 1 milhão, com a previsão de alcançar até 10%.
Além disso, o governo propôs a eliminação da isenção de impostos para pessoas com doenças graves que ganham mais de R$ 20 mil mensais. Em vez disso, essas pessoas passariam a deduzir despesas médicas de forma similar aos demais contribuintes. Essa alteração gerou controvérsia, com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal se opondo à medida e sugerindo que o aumento da taxação sobre as rendas mais altas já seria suficiente para compensar as perdas fiscais.
A proposta foi elogiada por alguns parlamentares, como o deputado Bohn Gass (PT-RS), que destacou a importância de avançar em direção à justiça tributária. Ele defendeu a ideia de isentar os mais pobres e taxar mais os ricos. Por outro lado, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) sugeriu que a compensação poderia vir por meio de um aumento no poder de compra da população, caso o governo opte por medidas que reduzam impostos. O projeto, que inclui tanto isenções quanto aumentos na tributação, só poderá entrar em vigor no ano seguinte à sua aprovação, ou seja, em 2026.