Na última segunda-feira, o governo do Reino Unido fez uma alteração significativa nas diretrizes do Home Office, que impacta diretamente a política de refugiados. A mudança removeu a possibilidade de concessão de cidadania britânica a refugiados que chegaram ao país de forma ilegal ou por rotas perigosas, como em pequenos barcos ou escondidos em caminhões. A partir dessa alteração, aqueles que buscam refúgio devido a conflitos, tortura ou abusos de direitos humanos não terão mais a chance de se tornar cidadãos britânicos, apesar de já estarem protegidos e autorizados a viver e trabalhar no país.
A decisão do governo gerou críticas, especialmente no contexto da convenção de 1951 sobre refugiados, da qual o Reino Unido é signatário. A medida foi vista como uma penalização injustificada aos refugiados, incluindo crianças que, mesmo com a possibilidade de discricionariedade na análise de entrada ilegal, podem ser prejudicadas por taxas elevadas para a solicitação de cidadania. Embora o governo tenha afirmado que o secretário do Interior ainda pode conceder cidadania de forma excepcional, essa possibilidade seria rara, o que torna a nova diretriz ainda mais controversa.
Especialistas em imigração, como o advogado Colin Yeo, argumentam que essa mudança viola acordos internacionais que visam proteger os direitos dos refugiados. Além disso, a reforma levanta preocupações sobre a forma como o Reino Unido está lidando com suas responsabilidades humanitárias, especialmente em relação ao tratamento de pessoas que buscam proteção contra situações extremas em seus países de origem. A medida parece ser uma tentativa do governo de atender a um eleitorado mais conservador, mas pode ter efeitos negativos na imagem internacional do país.