O primeiro-ministro francês, François Bayrou, parece estar a salvo de uma moção de desconfiança programada para quarta-feira, após uma decisão que ameaçou derrubar o governo pela segunda vez em dois meses. A utilização da cláusula constitucional conhecida como ‘49.3’ para passar uma lei sem a aprovação parlamentar gerou um intenso debate político. Embora a moção tenha ganho apoio inicial, ela perdeu força quando o Partido Socialista (PS) decidiu não apoiar a censura ao governo.
A atitude do PS provocou a ira dos parceiros de esquerda da Frente Popular Nova (NFP), uma coalizão que, nas últimas eleições gerais, obteve a maior parte dos assentos no parlamento francês. Esse desentendimento pode resultar no enfraquecimento da aliança entre os partidos de esquerda, afetando sua capacidade de agir em conjunto no futuro próximo.
Com o apoio do PS afastando a moção de desconfiança, Bayrou provavelmente conseguirá manter o governo, apesar da oposição tanto de forças de esquerda quanto de direita. A situação evidencia a complexidade do cenário político atual na França, onde os jogos de alianças e desentendimentos entre partidos têm impacto direto nas decisões legislativas e no equilíbrio de poder no governo.