O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia a criação de um cargo de enviado especial para combater o negacionismo climático, em preparação para a COP30, que será realizada em Belém (PA) em novembro de 2025. Caso a proposta seja confirmada, Frederico Assis, assessor internacional do Palácio do Planalto, é cotado para ocupar a função. O cargo terá como foco principal a articulação com grupos de comunicação, grandes empresas de tecnologia e movimentos sociais, além da promoção da Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre Clima, lançada durante a presidência brasileira no G20 em 2024.
A decisão de criar esse cargo ocorre em um cenário internacional de desafios para a agenda climática, especialmente com a postura do governo de Donald Trump, que adotou medidas contrárias ao combate à mudança climática, como a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o fortalecimento da indústria de combustíveis fósseis. A postura de Trump tem gerado preocupações devido ao impacto potencial nas negociações climáticas globais, uma vez que os Estados Unidos são a maior economia mundial e a segunda maior emissora de gases de efeito estufa.
Frederico Assis, que tem experiência no campo das Relações Internacionais, é visto como uma figura pragmática e agregadora dentro do governo. Desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, ele tem atuado diretamente na assessoria internacional, além de possuir relações com membros de várias áreas do governo e do cenário internacional. Seu nome tem o apoio da ala progressista do governo, e sua possível nomeação reforça a estratégia do Brasil de se posicionar como liderança na luta contra a crise climática.