O governo brasileiro anunciou, nesta terça-feira (18), sua adesão ao fórum da Opep+, um grupo de países aliados da Organização de Países Exportadores de Petróleo. A decisão foi comunicada pelo ministro de Minas e Energia, que também confirmou a entrada do Brasil na Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). A participação no fórum, segundo o governo, permitirá ao país influenciar discussões sobre transição energética e seu financiamento no cenário internacional. No entanto, a medida gerou críticas de entidades ambientais que veem uma contradição, dado o compromisso do Brasil de sediar a COP 30 e suas políticas de preservação ambiental.
Especialistas apontaram que a adesão ao grupo não é benéfica para o Brasil, uma vez que a Opep+ tem perdido influência nos preços do petróleo e não contribui para a transição energética global. Segundo críticos, o país já possui recursos suficientes de petróleo para sua demanda interna, e a expansão dessa produção seria irresponsável, agravando os problemas climáticos. Para ambientalistas, o ingresso no fórum reflete uma postura contrária ao avanço de fontes renováveis de energia e ao fortalecimento de uma economia de baixo carbono.
A decisão acontece também no contexto de um debate interno sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, onde o governo defende a extração para garantir a segurança energética e financiar a transição energética. Contudo, órgãos ambientais, como o Ibama, alertam para os impactos ambientais na região e a necessidade de maior rigor na fiscalização. O ministro de Minas e Energia criticou a falta de respostas claras do Ibama e reafirmou que o governo busca soluções rápidas, sem ceder a uma postura ideológica em relação à exploração.