O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está atento às eleições para as presidências do Senado e da Câmara dos Deputados, previstas para este sábado, 1º. A expectativa é de que as novas lideranças, Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara, tragam mudanças no clima político das duas Casas. O governo projeta uma convivência mais tranquila com Motta na Câmara, em comparação com a gestão de Arthur Lira (PP-AL), enquanto teme que a presidência de Alcolumbre resulte em mais disputas políticas e negociações complexas no Senado.
Uma das principais questões a serem negociadas entre o governo e os novos presidentes será o destino das emendas parlamentares, que estão em foco devido à suspensão de pagamentos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o governo tem receio de que Alcolumbre favoreça senadores de oposição e temas de costumes, um campo onde o governo tem enfrentado dificuldades nos últimos anos. Apesar das preocupações, o Planalto não espera que Alcolumbre adote uma postura de oposição direta. A relação de Motta com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também indica uma convivência mais pacífica.
Por fim, o presidente Lula está considerando mudanças no primeiro escalão, com Lira e Pacheco sendo cotados para ocupar ministérios. Lula deseja que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, enquanto Lira, caso continue no Congresso, poderia dividir o poder com Motta, especialmente dentro do Centrão. Para evitar esse fortalecimento de Lira, o governo analisa a possibilidade de indicá-lo para o Ministério da Agricultura, embora o atual ministro tenha boa avaliação. As negociações ministeriais seguem em andamento, com a expectativa de definições nas próximas semanas.