O Goldman Sachs, após reuniões com investidores em São Paulo e Rio de Janeiro, observou que o setor de varejo brasileiro ainda apresenta uma alocação relativamente baixa em portfólios, com a maioria dos investidores adotando uma postura defensiva devido às incertezas econômicas. O banco destaca a preocupação com a possibilidade de uma desaceleração econômica que possa afetar a demanda e, consequentemente, reduzir os lucros das empresas. Embora os investidores acreditem que as taxas de juros mais altas já estejam precificadas, o risco de revisões significativas na receita e nas margens continua sendo uma preocupação, especialmente para o segundo semestre de 2025.
No cenário atual, investidores preferem empresas com perfis mais defensivos, mas a falta de opções seguras tem gerado apreensão. Marcas como Assaí e Carrefour, por exemplo, são vistas como altamente alavancadas, enquanto outras, como RADL3, enfrentam riscos de revisões para baixo devido a dinâmicas desfavoráveis no setor. O Goldman Sachs mencionou a elevação da recomendação para as ações da Natura&Co e a Azzas 2154, apontando que esses nomes atraem investidores que buscam menos volatilidade, embora haja preocupações sobre a execução de fusões e simplificação corporativa.
Por outro lado, o mercado de atacarejo, especialmente o Assaí, tem mostrado sinais de recuperação, com revisões de lucro já precificadas, o que oferece um bom potencial de risco-retorno. Já a visão sobre Lojas Renner é mista, com expectativas de bom desempenho no curto prazo, mas preocupações sobre a demanda e a capacidade de manter margens em um cenário macroeconômico desfavorável. Em relação ao Mercado Livre, a avaliação segue como principal ponto de resistência, embora sua força competitiva no Brasil continue sendo destacada, apesar de preocupações sobre a entrada da Shopee no mercado.