A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais representa um novo desafio para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro do governo Lula. A escolha fortalece a ala mais à esquerda do PT e aumenta o isolamento de Haddad, que já enfrentava dificuldades políticas devido a decisões recentes, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, que gerou reações adversas no mercado financeiro, e a revogação de uma medida que visava aumentar a fiscalização sobre transações no Pix, que foi mal interpretada e rapidamente distorcida pela oposição.
O ministro da Fazenda havia se oposto à ampliação do limite de isenção do Imposto de Renda, temendo um impacto negativo no ajuste fiscal. No entanto, sua resistência foi superada internamente, resultando em uma reação negativa do mercado que enfraqueceu sua posição. Além disso, a tentativa de aumentar a fiscalização sobre o Pix acabou sendo revertida diante da pressão pública e das fake news, o que provocou um novo desgaste para Haddad.
Com a chegada de Gleisi Hoffmann ao Planalto, o equilíbrio de forças dentro do governo se altera ainda mais em favor do núcleo petista. Lula desconsiderou as pressões para escolher um nome do Centrão e optou por fortalecer sua base petista. A nomeação de Gleisi, somada à posição de Rui Costa, diminui a influência de Haddad, que vê sua capacidade de articulação política enfraquecer ainda mais dentro do governo.