Gelsenkirchen, a cidade mais pobre da Alemanha, tem enfrentado sérios desafios econômicos e sociais, com uma taxa de desemprego de 14% e uma das rendas médias anuais mais baixas do país. A região, tradicionalmente próspera devido à indústria do carvão, viu uma drástica redução de sua população e perdeu metade dos empregos que contribuíam para a segurança social desde o declínio do setor. O fechamento das minas de carvão, especialmente a última em 2008, marcou o fim de uma era para a cidade. Hoje, a falta de recursos para a transição para outros setores, como serviços e educação, é um dos principais obstáculos para o desenvolvimento local.
A crise econômica e a chegada de imigrantes de países como Bulgária e Romênia, com baixa escolaridade e dificuldades de integração, também contribuíram para a mudança do cenário político em Gelsenkirchen. Tradicionalmente um reduto do Partido Social-Democrata (SPD), a cidade tem visto o crescimento da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido populista de extrema-direita, que tem ganhado apoio entre a população insatisfeita. A islamofobia e a desconfiança aumentaram significativamente, mudando a dinâmica política de uma cidade historicamente marcada pela diversidade e integração.
Apesar dos desafios, iniciativas de revitalização estão sendo realizadas por voluntários e organizações locais. Em Ückendorf, um bairro antes marcado pela degradação, houve esforços de renovação, incluindo a transformação de edifícios abandonados em espaços culturais e criativos. A participação da comunidade tem sido fundamental, e a cidade começa a dar sinais de melhoria, com um movimento crescente de pessoas que, em busca de preços mais acessíveis, se mudam para a região. Mesmo assim, a recuperação ainda é incerta, e a população continua buscando alternativas para melhorar a qualidade de vida e reverter os efeitos da crise.