O gasto social em 2024 apresentou um crescimento moderado, controlado pelo arcabouço fiscal, mas com um aumento expressivo nos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que chamou a atenção do governo. O aumento foi de aproximadamente 15%, superando o crescimento do ano anterior, impulsionado tanto pela expansão do número de beneficiários quanto pela valorização do salário mínimo. Apesar disso, o governo conseguiu manter a contenção em outras áreas, como o Bolsa Família, que registrou uma queda de 3,1% devido à revisão cadastral.
A moderação no avanço das despesas foi observada ao longo de 2024, após um crescimento acelerado em 2023, impulsionado pela PEC da Transição e o pagamento de precatórios. As despesas com saúde e educação aumentaram, refletindo a retomada dos pisos salariais, enquanto os benefícios previdenciários cresceram modestamente, em contraste com o aumento médio observado entre 2010 e 2024. O governo implementou medidas de contenção para controlar a evolução das despesas obrigatórias, que, se não moderadas, poderiam comprometer os gastos discricionários.
Para 2025, a principal estratégia fiscal será a sustentabilidade, com foco na meta de resultado primário e na estabilização do crescimento do endividamento público. O orçamento de 2025 inclui uma grande parcela de despesas obrigatórias, mas a revisão das medidas fiscais pode reduzir essa proporção e abrir espaço para gastos discricionários. O governo busca consolidar a política fiscal sem prejudicar os avanços sociais, mantendo o equilíbrio orçamentário e a redução das desigualdades.