O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, durante seminário sobre Política Monetária Brasileira, que está em andamento um processo de dissipação dos choques externos. Segundo ele, as crises desde 2008 e a pandemia impactaram a dinâmica global, resultando em pressão nas taxas de juros de longo prazo devido ao aumento das dívidas. No entanto, Galípolo observou que esses choques estão começando a ser superados, o que pode indicar uma mudança no cenário econômico internacional.
Esse seminário, realizado no Rio de Janeiro, foi o primeiro evento público de Galípolo desde sua nomeação ao cargo, além de ser sua primeira intervenção sobre política monetária após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Durante sua fala, o presidente do BC também refletiu sobre o contexto interno do Brasil, mencionando que o país pode não ter aproveitado de maneira ideal as mudanças nas cadeias produtivas, que foram impactadas pelas políticas comerciais do governo de Donald Trump e pela incerteza sobre tarifas internacionais.
Em relação à realocação das cadeias produtivas, Galípolo sugeriu que o Brasil poderia ter se beneficiado mais desse processo, mas destacou que a questão das tarifas e a instabilidade política global modificaram o cenário de maneira significativa. Assim, ele enfatizou que, apesar de desafios econômicos internos, o país ainda pode buscar novas oportunidades de crescimento à medida que os choques externos se dissipam.