Os fundos de crédito iniciaram o ano com uma maior disponibilidade de caixa em comparação com o ano anterior, impulsionados pela redução dos spreads nos ativos. Esse movimento é uma resposta ao cenário de mercado mais seletivo e desafiador, no qual a gestão dos fundos tem se mostrado mais exigente. Em um painel do Smart Summit, foi discutido que a seletividade se tornou um fator crucial na alocação de recursos, uma vez que os gestores buscam alternativas mais seguras em um ambiente de risco aumentado.
Ricardo Ventrilho, da Mapfre Investimentos, destacou que o fundo aumentou sua participação em caixa, de 20% para 30% do patrimônio líquido, e encurtou o duration de seus investimentos. A estratégia inclui a total alocação em crédito bancário de alta qualidade, considerada mais segura no atual contexto econômico. Ventrilho também ressaltou a importância de manter uma reserva de caixa para aproveitar as oportunidades que possam surgir durante o ano.
Por outro lado, Henri Rysman, da BNP Paribas Asset Management, também confirmou que sua gestora aumentou o caixa de seus fundos, ajustando-se ao novo cenário da Selic e à reprecificação dos ativos. Ele afirmou que a cautela é necessária para evitar riscos excessivos, principalmente nas emissões de crédito de maior risco, preferindo trabalhar dentro do segmento high grade. Esse movimento reflete uma tendência geral no setor, em busca de maior segurança diante de um mercado em transformação.